Emigrando para América Latina ou Leste Europeu: uma escolha para alta qualidade de vida e baixo custo
Este artigo é uma adaptação, tradução e expansão da Settee do artigo do Maverick Traveler publicado no site My Latin Life.
Quando se trata de emigrar e procurar um local com qualidade de vida alta e custo de vida baixo, o futuro viajante, nômade ou expatriado têm principalmente duas opções: América Latina e Leste Europeu.
No artigo de hoje, trazemos o relato de um viajante que passou sete anos vivendo na América Latina e cinco anos no Leste Europeu, para passar uma visão sobre as diferenças e semelhanças entre estas duas regiões muito interessantes do mundo.
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Principais Semelhanças entre América Latina e Leste Europeu
Em primeiro lugar, há muitas semelhanças entre essas duas regiões. Ambas são radicalmente diferentes do Ocidente, no sentido de que oferecem ao visitante uma experiência completamente diferente.
Ambas oferecem:
- Custo de vida relativamente barato.
- Imigração mais fácil.
- Países com vantagens tributárias.
- Países com boas liberdades sociais (armas, homeschooling).
- Gente muito bonita.
- Ótimas opções se você está procurando algo novo e único.
Como estamos falando de regiões do mundo, é claro que haverão discrepâncias entre os diferentes países. Mas de forma geral, esses aspectos são válidos para o continente.
Custo de Vida no Leste Europeu e América Latina
Em termos de custo de vida, ambos são mais baratos que o Ocidente Europeu, Canadá, EUA, Austrália, etc.
Há vários destinos onde é possível viver com menos de USD 1.000-1.500 por mês, e de forma geral com USD 2.000-3.000 por mês você tem uma ÓTIMA vida em ambas as regiões.
Porém, é claro, há destinos mais caros e mais baratos dentro de ambos os blocos.
Destinos mais baratos incluem:
- Bósnia (Leste Europeu)
- Sérvia (Leste Europeu)
- Bulgária (Leste Europeu)
- Paraguai (América Latina)
- Colômbia (América Latina)
- Argentina (América Latina)
Destinos mais caros incluem:
- República Tcheca (Leste Europeu)
- Estônia (Leste Europeu)
- Croácia (Leste Europeu)
- Panamá (América Latina)
- Uruguai (América Latina)
- Chile (América Latina)
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Impostos na América Latina e Leste Europeu
O mesmo vale para os impostos.
Generalizando de forma bastante grosseira:
- O Leste Europeu é uma região que tributa a renda global, mas a alíquotas baixas. Regras de CFC geralmente dificultam o uso de offshores.
- Exemplos incluem o imposto de renda fixo de 10% na Romênia, Bulgária, Macedônia e Bósnia, ou de 15% na Hungria.
- A América Latina é uma região que tributa a renda local a alíquotas mais altas, mas que ou não tributa a renda de fora, ou facilita o uso de offshores.
- Exemplos incluem países de tributação territorial como Uruguai, Paraguai, América Central e República Dominicana, ou países como Brasil e Colômbia que não requerem substância econômica para reconhecer offshores.
Como sempre, existem exceções à regra. A Geórgia é um país do Leste Europeu que não tributa a renda de fora, por exemplo. Países como México ou Argentina na América Latina também tem regras anti-offshores.
Outro atributo interessante dos países de ambas regiões é a prevalência de regimes vantajosos para pequenas empresas.
Regimes de empresas com menores alíquotas de imposto até um certo teto de faturamento podem ser encontradas em países do Leste Europeu como:
- Romênia
- Croácia
- Lituânia
- Montenegro
- Polônia
- Geórgia
E em países latinoamericanos como:
- Colômbia
- Brasil
- México
- Equador
- Uruguai
Imigração Simplificada
De forma geral, os requisitos de imigração são muito baixos tanto no Leste Europeu quanto na América Latina.
- Os vistos de investidor possuem valores muito abaixo dos padrões do Ocidente
- Vistos de professional autônomo ou empresário são bem acessíveis, seja no Panamá ou na Geórgia
- Vistos que requerem a comprovação de renda remota também estão cada vez mais presentes.
Se você acha que não consegue ir morar fora, talvez valha a pena tirar os olhos dos EUA e olhar para essas regiões.
A maior diferença nesse aspecto é a forma de obtenção do visto.
No Leste Europeu, a opção de visto de profissional autônomo ou microempresário é a mais popular.
Nesse caso, é preciso abrir uma empresa local ou se registrar como self-employed, demonstrar um seguro de saúde válido e geralmente ter um aluguel por um ano e algumas economias.
Essas opções de visto podem ser encontrada em países como:
Na América Latina, as opções de visto de “Rentista” ou de Nômade Digital costumam ser as mais populares. Nesses casos, se prova uma renda recorrente ou se realiza um depósito bancário.
Esses vistos podem ser encontrados em países latinoamericanos como:
- Chile
- Colômbia
- Costa Rica
- El Salvador
- Equador
- Guatemala
- Honduras
- México
- Nicarágua
- Panamá
- Peru
- República Dominicana
- Uruguai
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Diferenças entre a América Latina e o Leste Europeu
É praticamente aí que terminam as semelhanças. Enquanto essas regiões oferecem uma grande fuga da previsibilidade e da monotonia do Ocidente, no seu âmago elas são tão diferentes quanto poderíamos esperar.
Portanto, se você é uma dessas pessoas que estão interessadas em escapar do Ocidente e aprender sobre as principais diferenças, continue lendo.
Segurança e Criminalidade
Uma das maiores diferenças entre essas duas regiões é no aspecto segurança. As taxas de homicídios na América Latina são muitas vezes maiores que no Leste Europeu, sem sombra de dúvidas. O direito ao porte de armas tambem é uma questão a parte, com os níveis de liberdade variando de estado para estado.
Dito isso, essas taxas estão geralmente muito correlacionadas com mortes relacionadas ao narcotráfico, e não necessariamente significam que o país todo é uma zona de guerra.
De fato, a América Latina possui lugares com uma ótima qualidade de vida e também muito seguros.
O principal fator na nossa visão é que é preciso pesquisar mais para escolher os seus destinos. Na América Latina, você quer sempre ficar em um bairro bom, idealmente numa cidade boa, para ter tanto segurança como melhor acesso ao que a cidade tem a oferecer.
No Leste Europeu, isso não tem a mesma importância. Mesmo ficando num bairro mais suburbano de Praga ou Budapeste, você ainda tem transporte público acessível ao centro e provavelmente estará num lugar tranquilo.
Isso não é para dizer que o Leste Europeu é um paraíso de segurança. Tenha cuidado como em qualquer destino, especialmente em lugares mais isolados.
Idiomas
De forma geral, a América Latina possui apenas um idioma de fácil aprendizagem, o Espanhol.
Claro, existem diferenças de sotaque e gírias, mas de forma geral, se você sabe Espanhol, consegue se mudar para qualquer outro país do continente e se comunicar muito bem.
Já o Leste Europeu possui diversos idiomas, de diversas famílias e com diversos alfabetos. Georgiano, Húngaro, Serbo-Croata e Romeno não tem absolutamente nada a ver um com o outro.
Esse é um fato a levar em consideração se você pensa em emigrar para a região. Se algo acontecer com o seu país de destino e você precisar se mudar, você pode precisar recomeçar o seu aprendizado do 0.
Claro, isso não precisa ser o caso se você fizer escolhas estratégicas:
- Cidades como Budapeste, Praga e Tallinn são muito internacionais. Você não *precisa* necessariamente aprender o idioma local para conseguir viver bem aqui. Inglês já serve.
- Busque idiomas de maior utilidade. Russo, por exemplo, possui uma minoria de falantes em quase todos os países da região. Serbo-croata também será útil em vários países, como Croácia, Sérvia, Bósnia e Montenegro.
- Curiosamente, o Alemão também pode ser um idioma útil para a região. Muitos europeus orientais vão para os países de língua alemã trabalhar. Já pude pessoalmente constatar a utilidade do idioma na Hungria, República Tcheca, Bulgária e Eslováquia.

Cidadania
Esse é outro aspecto importante de mencionar, e que está ligado também ao idioma.
De forma geral, a América Latina é a região mais fácil do mundo de se obter cidadania. No Leste Europeu, nem tanto.
Primeiramente, a América Latina como um todo possui leis de jus solis (restrito ou irrestrito), que permitem o turismo de Nascimento.
Você dá a luz no país, a criança obtém a cidadania, os pais obtém residencia permanente e muitas vezes um tempo de naturalização encurtado.
Não só isso, os tempos de naturalização são alguns dos mais curtos do mundo. Os tempos de naturalização são de:
- 6 meses a 2 anos na República Dominicana (6 meses via visto de investidor)
- 2 anos no Peru
- 2 anos na Argentina
- 3 anos no Equador
- 3 anos no Paraguai
- 3 anos em Honduras
- 3 anos na Bolívia
- 2-5 anos no México (2 com filho ou cônjuge mexicano)
- 3-5 anos no Uruguai (3 com filho ou cônjuge, não precisa ser Uruguaio)
- 5 anos no Chile
- 5 anos no Panamá (menos para espanhóis e latinos)
O tempo geralmente começa a contar a partir da obtenção da residência permanente, que na maioria dos casos, pode ser obtida após 2 anos ou menos – isso é válido para todos os países acima.
Os países que levam mais tempo para a naturalização na região geralmente levam 5 anos, como o Panamá, com algumas exceções como a Costa Rica com 7 anos.
Sendo cidadão de qualquer país do Mercosul, você tem liberdade de movimento dentro do bloco. O mesmo se aplica para os países CA-4 (Nicarágua, Honduras, Guatemala e El Salvador).
Já no Leste Europeu, não só você precisará aprender o idioma local (um desafio por si só), mas também conta com uma média de 5 anos para converter a residência temporária em permanente.
Os tempos para naturalização também são mais longos:
- 3 anos na Sérvia
- 3 anos na Polônia
- 3-5 anos na Rússia (3 anos para empresários e investidores)
- 5 anos na República Tcheca
- 5 anos na Bulgária
- 8 anos na Croácia
- 8 anos na Hungria
- 8 anos na Romênia
- 8 anos na Eslováquia
- 10 anos na Eslovênia
Aqui há a liberdade de movimento para os países da União Europeia. Por exemplo, com uma cidadania húngara você tem o direito de se mudar para a República Tcheca, Estônia, Croácia ou Romênia sem precisar de investimento, empresa ou oferta de emprego.
O mesmo não se aplica para países como a Geórgia, Sérvia ou Montenegro – você ainda precisa satisfazer os requerimentos de imigração tradicionais.
Estilo de Vida e Cultura
No que diz respeito ao estilo de vida, a América Latina pode ser resumida em uma palavra: sossegado. As pessoas são amigáveis, abertas e de fácil acesso.
Das ruas de Assunção, Paraguai, às ruas de Medellín, Colômbia, você pode andar pelas ruas e conversar facilmente com praticamente qualquer pessoa sem nenhum problema.
Quando eu morava no Rio de Janeiro, eu fazia amigos praticamente onde quer que eu fosse: na praia, nos bares, nas ruas e em muitos outros lugares.
Por outro lado, os europeus do Leste Europeu são tudo menos sossegados. Enquanto os latino-americanos são "quentes" (especialmente quando se trata de temperamento, etc.), os europeus orientais são "frios" (incluindo o temperamento).
Se você se encontrar andando por uma cidade aleatória do Leste Europeu, você notará imediatamente algumas pessoas sorrindo, etc.; na verdade, o sorriso é algo meio mal-visto. (Sorrir para algum estranho pode ser interpretado como zombar deles).
Uma razão para isso é o clima. Enquanto a Europa Oriental tem verões agradáveis, os invernos são em sua maioria duros e impiedosos, já que as temperaturas geralmente mergulham bem no território negativo.
Assim, é preciso um certo tipo de pessoa para sobreviver ao inverno médio do Leste Europeu, e essa pessoa é radicalmente diferente do habitante bronzeado, sempre sorridente e sossegado das praias latinoamericanas.
A comida reflete estes aspectos culturais. Como europeu oriental, posso dizer com segurança que, embora a comida na Rússia, Ucrânia e outros países do Leste Europeu orientais seja muito saborosa e saciante, é na maioria das vezes branda e entediante.
No entanto, o mesmo não se pode dizer da comida latino-americana. Ela varia de básica, mas saciante, a picante e exótica. Independentemente disso, nunca é entediante e chata, mas sempre muito colorida.
Claro, há exceções à regra. Os países da ex-Iugoslávia como Bósnia e Sérvia de fato possuem uma culinária fantástica, uma das melhores do mundo na minha opinião.
Já o Chile na América Latina possui uma culinária ruim, sem tempero e entediante. Mas a exceção prova a regra geral.
A cultura latino-americana é sobre empolgação e diversão. A cultura do Leste Europeu é sobre dureza e estoicismo.
Estas culturas não poderiam ser mais diferentes se elas tentassem.
Uma vantagem que eu sinto que o Leste Europeu tem sobre a América Latina está em sua rica história. O Leste Europeu sofreu numerosas guerras, invasões e todos os tipos de conflitos durante toda a sua existência.
A América Latina, por outro lado, não sofreu praticamente nenhuma guerra ou conflito internacional desde a colonização dos europeus no século XV.
Portanto:
- Se você é um fã da história, há um certo fascínio no Leste Europeu.
- Todos os tipos de monumentos interessantes, estátuas de vários revolucionários, casas onde pessoas famosas viveram.
- Está tudo aqui em exposição no Leste Europeu.
Além disso, isto é algo que você sente. Está aqui. Está em toda parte. Por exemplo, veja Kiev, Ucrânia, uma das minhas cidades favoritas no mundo e onde eu atualmente resido.
Há uma certa alegria de andar pelas ruas estreitas desta capital, a cidade velha, os edifícios antigos que você simplesmente não experimenta na América Latina. É difícil de explicar, mas é algo que se sente estando lá.
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Dito isto, existem algumas diferenças importantes, portanto, se você está procurando passar tempo nestes lugares distantes, você entende melhor as diferenças.
Os latino-americanos, em sua maioria, são bastante abertos e acolhedores.
Na Colômbia, as pessoas são super amigáveis, e isso é mais ou menos semelhante em outros países (talvez exceto na Argentina, que tem uma cultura mais europeia).
Na Europa Oriental, as pessoas são mais fechadas e conhecê-las requer mais tempo.
Enquanto algumas pessoas são mais abertas do que outras, a maioria das pessoas que conheci aqui precisa de muito tempo para que elas realmente se abram para você e fiquem confortáveis com você. Algumas pessoas nunca se abrem ao nível que você deseja.
Portanto, não fique muito surpreso se sua namorada ucraniana ou russa estiver super fechada, mesmo depois de ter saído com ela por vários meses. Isso é apenas parte do pacote.
Tudo isso é expresso na cultura. Na maior parte das vezes, a cultura latinoamericana é mais acolhedora e perdoadora de seus erros.
O europeu oriental é mais estóico, rude e duro, mas se você aceitar o desafio e abraçar essa cultura, você se tornará uma pessoa muito mais forte e melhor.
Conclusão: Sua alma é do Leste Europeu ou da América Latina?
Então, aí está. A visão das principais diferenças e semelhanças entre o Leste Europeu e a América Latina.
Então, a pergunta permanece, você é uma alma do Leste Europeu ou da América Latina?
Se você gosta que as coisas sejam tranquilas e relaxadas, então você deve escolher a América Latina.
Se você está procurando um desafio, tempo frio e muita história, então a Europa Oriental é mais a sua praia.
Em última análise, o que quer que você acabe escolhendo, fique tranquilo, você estará experimentando algo novo e surpreendente.
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Esse artigo é uma tradução e adaptação inédita em Português feita pela Settee. Confira o artigo original em Inglês no My Latin Life.
Porque sua vida te pertence!